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Obras de saneamento no Rio de Janeiro visam contribuir com recuperação da Baía de Guanabara e qualidade de vida da população

Obras de saneamento no Rio de Janeiro visam contribuir com recuperação da Baía de Guanabara e qualidade de vida da população

Construção do tronco coletor da Cidade Nova e da ETE de Alcântara são as principais obras de coleta e tratamento de esgoto em andamento

Sem dúvida, a Baía de Guanabara ainda sofre muito com a poluição orgânica e melhorar a condição das suas águas é a grande dívida ambiental do Rio de Janeiro e uma das maiores expectativas de toda a população.

Desde que aceitei o cargo como secretário de Meio Ambiente, sabia que encontraria desafios que não seriam fáceis e, ainda assim, escolhi o caminho da transparência. Fiz questão de deixar claro que a meta de 80% da Baía limpa até as Olimpíadas não seria alcançada.  Números não são a melhor forma de medir este índice, que deve ser visto por domicílios atendidos ou cidades cobertas por saneamento.

Além disso, reconheço que o plano nomeado como Plano de Despoluição da Baía de Guanabara, o famoso PDBG, acabou passando para a população a ideia de que após aquele conjunto de obras o resultado seria  Baía  limpa. Isso era impossível Com aquele investimento e embora o PDBG tenha deixado como herança uma série de Estações de Tratamento de Esgoto, o descrédito que ele causou foi enorme e hoje tudo o que uma autoridade pública fala sobre a  Baia da Guanabara ninguém acredita, 

Por isso, aproveito o espaço para deixar claro quais são as obras em curso, o que podemos fazer e aonde vamos chegar.  Entre as iniciativas a serem destacadas está a construção do tronco coletor da Cidade Nova e do sistema de coleta e tratamento de esgoto de Alcântara, em São Gonçalo. Tratam-se das principais obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM) e representam os maiores investimentos do Governo do Estado em saneamento.

 

Mais de 500 mil pessoas serão diretamente beneficiadas pelas obras, que visam dar mais qualidade de vida à população por meio de diversos benefícios socioambientais como:

  • Só em São Gonçalo, por exemplo, mais de 17 mil casas terão acesso à rede pública de esgotamento sanitário;
  • Uma vez que o esgoto não irá mais correr em céu aberto, será reduzida a incidência de doenças como cólera, febre amarela, dengue e leptospirose, causadas pela falta de saneamento;
  • Espera-se que os sistemas de coleta contribuam para a redução das enchentes que, como sabemos, têm um impacto ambiental devastador;
  • O tratamento do esgoto antes do seu despejo na Baía de Guanabara será fundamental para melhorar a condição da água, favorecendo a preservação ambiental do nosso Estado.

A Diretora sociambiental do INEA, Ana Paula Costa, nos contou sobre o trabalho de comunicação e conscientização que está sendo feito com as comunidades que serão afetadas pelas obras de saneamento. Ela nos explicou que antes mesmo de iniciar a construção da ETE de Alcântara, a população foi ouvida para compartilhar as principais dúvidas.

"Estamos realizando um trabalho intenso de conscientização socioambiental. No caso de Alcântara, a obra está sendo feita dentro da comunidade e por isso estamos atuando de forma mais direta com os moradores. Antes mesmo da obra chegar a uma rua por exemplo, aquele local já é trabalhado. São realizadas visitas domiciliares para entregar cartilhas, realizamos palestras, criamos um contêiner no local da obra para atendimento presencial à população. E a procura tem sido intensa". 

Ana Paula, que também é responsável pela comunicação do PSAM, explica que, na verdade, muita gente não sabe com clareza dos problemas da falta de saneamento. 

"O morador precisa entender que ao ligar a residência à rede oficial de esgoto está previnindo a família de doenças e melhorando a sua qualidade de vida. Por, isso, a conscientização está sendo feita, principalmente com jovens, para que sejam monitores desse trabalho, e com os pais, para que reconheçam que esta iniciativa é fundamental para preservar a saúde das crianças. Essas obras são para a comunidade, ela é a principal beneficiada". 

Sabemos que a qualidade da Baía de Guanabara não será retomada no curto prazo ,mas conforme essas obras progridem damos passos importantes para melhorar esse cenário.

Estação de tratamento de Alcântara avança com obras em 12 bairros

A construção da ETE da Bacia do Rio Alcântara está sendo realizada no bairro de Trindade, em São Gonçalo, já tendo feito intervenções em mais de 50 ruas. Até 2019, os seguintes bairros estarão contemplados pela obra:

Construção do Tronco Coletor da Cidade Nova e da ETE de Alcântara

Está sendo implantada uma rede coletora de 97 quilômetros de extensão e capacidade para receber até 1.200 litros de esgoto por segundo. A imagem abaixo mostra como ficará a ETE de Alcântara quando a obra for concluída:

Construção do Tronco Coletor da Cidade Nova e da ETE de Alcântara

Com a estação de tratamento em pleno funcionamento, o esgoto coletado nas residências – que estarão devidamente ligadas à rede de esgotamento sanitário da cidade – passará por um processo de redução de poluentes antes do despejo na Baía de Guanabara, conforme o gráfico abaixo:

Construção do Tronco Coletor da Cidade Nova e da ETE de Alcântara
Tronco coletor da Cidade Nova prossegue com obras subterrâneas

O sistema de tratamento da Cidade Nova já recebeu seu equipamento de perfuração, o “tatuzinho”, responsável por escavar o solo para instalar as tubulações que levarão o esgoto até a ETE Alegria, no Caju. Apesar das 22 toneladas do “tatuzinho”, a descida do equipamento até o poço aberto em São Cristóvão levou apenas 15 minutos.

Após o término das perfurações, o tronco coletor passará ainda pelas fases de descida de tubulação e desemboque, conforme mostrado na imagem abaixo:

Construção do Tronco Coletor da Cidade Nova e da ETE de Alcântara

O coletor de 4,5 quilômetros captará o esgoto proveniente de seis bairros da região central do Rio de Janeiro: Centro, Catumbi, Rio Comprido, Cidade Nova, Estácio e Santa Teresa. Com isso, cerca de 160 mil habitantes da região serão diretamente beneficiados. Com a conclusão da obra, o esgoto será conduzido pelo seguinte trajeto:

Durante a construção também está sendo feito o combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. Toda semana, os profissionais da obra tratam a água de todos os poços abertos no solo.

Obras de revitalização da Praia de Sepetiba chegam à fase de conclusão

Outro importante trabalho de saneamento ambiental que estamos realizando é a criação do sistema de esgotamento sanitário e drenagem na Praia de Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Esse, que no passado foi um importante porto colonial do nosso Estado, sofreu durante anos com a poluição de suas águas e desde 2013 passa por obras de recuperação, que estão sendo concluídas.

Com a obra, o esgoto será direcionado para a estação de tratamento que já existe e o cinturão que está sendo implantado realizará a captação e canalização da água da chuva, evitando enchentes. A rede de esgoto sanitário terá mais de nove mil metros e contempla 20 ruas da região.

Tire as suas dúvidas sobre as obras de saneamento

Quando obras de grande porte como essas são realizadas, ficamos com muitas dúvidas sobre como elas irão afetar o nosso dia a dia. Selecionei abaixo algumas das perguntas mais comuns que a equipe de comunicação das obras recebe. Vamos lá:

1) O que é uma ETE?

ETE é a sigla de Estação de Tratamento de Esgoto. Trata-se de uma infraestrutura de saneamento básico que permite a coleta e o tratamento do esgoto sanitário gerado nas residências. Ou seja, é na ETE que os resíduos (como aqueles que saem dos vasos sanitários) são separados da água, para que essa seja devolvida ao meio ambiente em condições aceitáveis.

2) A ETE exala mau cheiro ou gases tóxicos?

Existe tratamento específico para evitar tal situação, como o uso de equipamentos especiais como os filtros biológicos, que são instalados na entrada do esgoto na ETE.

3) Apenas quem mora perto de uma ETE terá saneamento?

Não mesmo. Todos os bairros do entorno serão beneficiados, tanto em relação às obras na Cidade Nova, quanto na região de Alcântara.

4) Qual o real volume de esgoto que será tratado após a obra em Alcântara, por exemplo?

Imagine 30 mil piscinas olímpicas cheias de esgoto sem tratamento sendo despejado na Baía de Guanabara? Com a implantação da obra, o equivalente a isso deixará de acontecer.

5) Como ficará o trânsito e a rotina dos moradores com todas essas obras?

A obra do tronco coletor da Cidade Nova, por exemplo, adota o método não destrutível Pipe Jacking – bastante utilizado em outros países, mas ainda pouco expressivo aqui no Brasil – que realiza perfurações com a menor ruptura possível da superfície. Com isso, há pouco ou nenhum impacto no fluxo de pedestres e veículos, no acesso a residências ou nas atividades do comércio da região.

Para tirar mais dúvidas sobre as obras, basta entrar em contato com a equipe de comunicação do PSAM através do e-mail falecom@psam.rj.gov.br.

Educação ambiental na pauta

Para envolver a sociedade civil nas discussões sobre as obras de saneamento em São Gonçalo, foi criado o projeto Aguadeira Rio Alcântara II – Instituto Baía de Guanabara, que promove diversos diálogos com a população.

O próximo encontro acontece no dia 12 de março, no Centro Cultural Joaquim Lavoura (Av. Presidente Kennedy 271, Estrela do Norte – São Gonçalo), de 10h às 13h. Durante o evento serão apresentados os resultados do projeto, a evolução dos compromissos do PSAM e ainda haverá espaço para esclarecimentos à população.

No ano passado foram realizadas também reuniões da série Diálogo Construtivo com Comunidades das Escolas, que propõe conversas entre pais e alunos com técnicos da Secretaria do Ambiente. A Escola Municipal Almirante Alfredo Carlos Soares Dutra, em Alcântara, e o Ciep 041 – Vital Brasil já receberam o evento, que apresenta benefícios e impactos das obras de Alcântara e abre espaço para críticas e sugestões.

Assim como acompanhar as obras que estão sendo realizadas, é importante que estejamos atentos as nossas atitudes no dia a dia. Ligações clandestinas de esgoto ou o descarte indevido de lixo na rua contribuem para poluir ainda mais as cidades, prejudicando a Baía de Guanabara, causando enchentes, promovendo doenças e piorando a qualidade de vida de todos. Fique alerta e denuncie irregularidades por meio do Fale Comigo ou nas minhas redes sociais.

Então, mãos à obra!

Grande abraço,

André Corrêa.

 

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