Secretário André Corrêa anunciou para junho de 2016 o fim das obras que vão substituir as antigas tubulações, responsáveis pelo surgimento das chamadas línguas negras
 
Tradicionalmente incluída entre as impróprias para o banho, a Praia de São Conrado poderá se livrar das línguas negras causadas pelo esgoto, a partir de junho de 2016. Nesta quarta-feira, o secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, acompanhou o andamento dos trabalhos da primeira etapa das obras de modernização do sistema de esgotamento sanitário da bacia da Praia de São Conrado.
 
Ao custo de R$ 44 milhões, recursos provenientes do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano), as intervenções realizadas pela Cedae e Rio Águas incluem a construção das galerias de captação de esgoto em tempo seco (sem chuva), a reforma da Estação Elevatória de São Conrado e toda uma nova tubulação circundando o costão da Avenida Niemayer, até o emissário submarino de Ipanema.
 
“Estamos trocando as tubulações que nos envergonhavam, quando arrebentavam, redes com mais de 25 anos, que sempre provocavam vazamento, estão sendo todas trocadas e estamos aumentando a capacidade” – explicou André Corrêa, ao anunciar a conclusão dessa primeira etapa em junho do ano que vem.
 
Segundo o secretário, essa primeira fase vai representar o melhor funcionamento do sistema e diminuir muito a probabilidade de surgimento das línguas negras nas águas de Sâo Conrado. “Aquelas coisas que envergonham a todos nós, que é estourar uma tubulação no costão e ficar descendo aquele esgoto in natura para a praia. Essa obra vai diminuir, no dia a dia, a carga orgânica de esgoto que vem das comunidades e que chegam à praia”, destacou.
 
André Corrêa garante que o trabalho em andamento vai produzir uma boa melhora nas condições de balneabilidade da praia, mas “não podemos garantir que vai ser uma melhora de 100%, antes da conclusão da segunda etapa. É preciso completar uma segunda rede de recalque de esgoto”, adiantou o secretário, embora reconhecendo que o Estado não tem recursos disponíveis para investir na próxima etapa do projeto de modernização do sistema de esgotamento sanitário. “Vamos aproveitar essa primeira obra para fazer o orçamento da segunda etapa, e, em seguida, diante das dificuldades que estamos vivendo, definir”.
 
Antes de pensar no próximo passo, o secretário observa que, paralelamente, às obras deve ser desenvolvido um conjunto de ações igualmente importantes, sob pena de desperdiçar o dinheiro gasto. “Não adianta o investimento físico, se a gente não tem o dia a dia bem operado. Praticamente, estaremos jogando fora os 44 milhões de reais que estamos investindo aqui, se não houver uma operação correta do lixo da Rocinha. Não adianta gastar tantos recursos aqui e o lixo descer da comunidade e “tapar” a nossa operação”, adverte André Corrêa.  A preocupação do secretário é com o lixo jogado no canal da Rocinha. Se ele chegar até às bombas, vai causar o entupimento e, claro, o esgoto vai transbordar e chegar à praia de São Conrado.
 
Diante da insistente pergunta sobre a garantia de balneabilidade da Praia de São Conrado, depois da conclusão desta primeira etapa da obra, André Corrêa foi taxativo. “É importante dizer: se chover, com certeza, não. Aliás, isso é em qualquer lugar do mundo e em qualquer praia. Se chover, a gente recomenda que até 24 horas depois, não se tome banho. Agora, em tempo seco, como hoje, a gente espera uma melhoria significativa, porque a gente vai diminuir a carga orgânica que chega até á praia. Agora, garantir, assim, com 100% de certeza, que vai atingir padrões de balneabilidade constante, isso eu não posso afirmar” – concluiu o secretário.