O evento-teste da Vela para os Jogos Olímpicos 2016 reuniu, no Rio de Janeiro, organizadores, atletas e muita história para contar dentro e fora do mar. Dos 55 países participantes que desembarcaram na cidade, 19 saíram com medalhas e com a sensação de dever cumprido.  Durante a regata, o Brasil ainda garantiu o ouro com a dupla Martine Grael e Kahena Kunze.

A competição de Vela já teve o evento-teste produzido dentro das condições normais. As águas da Baía de Guanabara foram testadas nas cinco raias em que a competição irá acontecer: nas áreas do Pão de Açúcar, na Ponte Rio-Niterói, Escola Naval, Praia de Copacabana e na orla de Niterói, pelos competidores e campeões olímpicos, como o medalhista Robert Scheidt.

Baía de Guanabara pré-Olimpíadas 2016

A estrutura da Baía de Guanabara tem sido melhorada para abrigar uma das provas mais esperadas dos esportes náuticos. Alaistar Fox, Diretor de Comunicação da Federação Internacional de Vela (Isaf), elogiou a estrutura da regata: “Todos estamos impressionados com o que temos visto até agora” – disse.

Para garantir o sucesso do evento-teste e a tranquilidade dos atletas, uma megaoperação com dez ecobarcos e 85 colaboradores do INEA foi responsável pela retirada de cerca de 40 toneladas de lixo da Baía de Guanabara durante os oito dias de competição. E esta experiência não se limita ao evento-teste e às Olimpíadas. O sistema de contenção de lixo flutuante vai ficar como legado ambiental para a população, a cidade e o Estado do Rio de Janeiro. Confira como foi:

E a nosso dever é continuar melhorando

Estamos longe do ideal, mas avançando. Em junho, assinamos um termo de cooperação técnica com a empresa Aqualogy no Rio de Janeiro, que prevê a doação de expertise internacional nas áreas de pós-licença, laboratorial e de qualidade da água do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Com a assinatura desse acordo, será desenvolvido o Projeto de Monitoramento de Corpos Hídricos da Baía de Guanabara, que permitirá o acompanhamento intensivo de 150 atividades de maior potencial poluidor na Baía, a implantação de um novo modelo de gestão na área de pós-licença do Inea, a ampliação do monitoramento da qualidade da água da Baía de Guanabara, inclusive no circuito de Vela dos Jogos Rio 2016, além da modernização dos sistemas de autocontrole de análise da água e de resíduos.

E mais recentemente, em agosto, assinamos um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Rio de Janeiro, sete universidades e três centros de pesquisa, que permitirá um novo diagnóstico da situação de poluição da Baía de Guanabara. O objetivo é monitorar as ações promovidas pelo governo, de modo a acompanhar o progresso da despoluição. De acordo com o governador Luiz Fernando Pezão, até 2017 será lançada uma nova agência para gerenciar as ações ligadas à Baía. Confira aqui entrevista completa sobre este assunto.

Ações concretas pela Baía de Guanabara

A melhoria da balneabilidade da Baía de Guanabara compreende um investimento de 3 bilhões do Governo do Estado do Rio de Janeiro em obras de saneamento que vão desde o Cinturão da Marina da Glória até as regiões Norte e Oeste do Rio de Janeiro. Acompanhe o que está sendo feito:

• Ampliação da rede coletora de esgoto: mil litros de esgoto in natura por segundo deixarão de ser despejados nas águas da Baía de Guanabara com a recuperação e correção do tratamento de esgotos do Tronco Coletor Cidade Nova. A inauguração da Unidade de Tratamento de Rio (UTR) de Irajá também contribuirá com o tratamento de esgoto no entorno da Baía.
   
• Ampliação da estação de Tratamento de Esgoto Alegria: a ETE Alegria, que trata 2.500 litros de água por segundo está sendo modernizada para alcançar o índice de 5.500 litros por segundo, o dobro de sua capacidade atual, beneficiando as comunidades da Maré, Complexo do Alemão e Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Só com esta estação, a Baía de Guanabara deixará de receber cerca de 216 milhões de litros de esgoto in natura por dia, o equivalente a 90 piscinas olímpicas.
   
• Tratamento e implantação do sistema de esgotos da Bacia do Rio Alcântara: um dos principais rios de São Gonçalo, que se comunica com a Baía de Guanabara, está recebendo 97 quilômetros de extensão de rede coletora e uma nova unidade de tratamento, a ETE Alcântara. A obra faz parte do PSAM - Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara.

Ecobarcos e ecobarreiras: oito novas ecobarreiras serão fixadas em rios e canais que deságuam na Baía de Guanabara: duas serão instaladas na capital, duas em Niterói, duas em São Gonçalo e outras duas em Duque de Caxias. Também está sendo providenciada a reforma das dez ecobarreiras existentes. E uma frota de dez ecobarcos têm como desafio remover cerca de 15 toneladas de lixo flutuante das águas. Com os novos mecanismos e embarcações, a estimativa é dobrar a coleta de resíduos. A operação de coleta de lixo será monitorada por satélite por meio de parceria público-privada. Com o tratamento do esgoto da região metropolitana e a atuação dos ecobarcos e ecobarreiras, haverá significativa melhoria da balneabilidade na Baía de Guanabara.

Ecobarco na Baía de Guanabara durante evento-teste para os Jogos Olímpicos 2016 – Foto: Luiz Galerani

Mesmo após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, o cuidado com o tratamento das águas e com as obras de saneamento irão beneficiar uma população de 440 mil habitantes.

O evento-teste de Vela Rio 2016 trouxe um time de atletas apaixonados não só pelo esporte, mas também pela cidade. Quer ver como eles mesmos veem o Rio de Janeiro? Clique aqui ou assista abaixo e carregue este espírito olímpico com você.

E vamos em frente para fazer um grande evento!

André Correa
Secretário de Estado do Ambiente RJ
Deputado Estadual (PSD)