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Secretário do Ambiente anuncia política de reuso de água para indústrias do Estado do Rio

Secretário do Ambiente anuncia política de reuso de água para indústrias do Estado do Rio

O secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, anunciou hoje a adoção de uma política de governo permanente, incentivando o reuso da água, até então, descartada na linha de produção das indústrias. A proposta foi comunicada, nesta quinta-feira, a representantes das quatro principais empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz, convocados pelo secretário e pelo presidente da Cedae, Jorge Briard, para avaliar a situação dos reservatórios que abastecem o Estado do Rio de Janeiro.

Segundo André Corrêa, a situação destas empresas é particularmente mais grave porque utilizam a água do rio Paraíba do Sul, abaixo do sistema de captação do Guandu, responsável pelo abastecimento de 9 milhões de habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O problema se agrava por conta da crise hídrica que afeta a região sudeste, a maior dos últimos oitenta e quatros anos. A estiagem prolongada é a principal causa da redução da vazão da barragem de Santa Cecília.

Os representantes dessas indústrias saíram da reunião, sensibilizados com a iniciativa, na avaliação do secretário. Nesta sexta-feira, as empresas terão que apresentar um documento oficializando a necessidade mínima para o funcionamento das mesmas. Elas terão que fornecer informações que apontem quantidade e qualidade da água utilizada para manter as suas operações. Com estes dados, o secretário do Ambiente, André Corrêa, e o Presidente da Cedae, Jorge Briard, esperam formatar um novo mecanismo de reuso da água destas indústrias.

André Corrêa antecipou, ainda, que outros segmentos da indústria que operam na região também serão convidados para debater mecanismos que estimulem o consumo eficiente em suas linhas de produção. A Refinaria de Duque de Caxias será a próxima convocada para uma rodada de negociação afim de se adequar ao novo sistema. Hoje, a empresa detém uma outorga de captação de 2 m3 por segundo, volume superior ao necessário. No caso específico da Reduc, este volume poderá ser revisto, e adotada uma solução semelhante à  do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que já utiliza a água produzida a partir do esgoto tratado na Estação de Alegria, no Caju.

Como a prioridade é o consumo humano e as indústrias terão que se adequar à essa política de reuso, André Corrêa foi enfático ao afirmar que vai usar a prerrogativa da gestão de recursos hídricos, da legislação ambiental: “ Acredito que isso não vai acontecer, mas, nós podemos, sim, cassar outorgas de empresas”.

O sistema, administrado pela Cedae, foi projetado para operar com a vazão média de 250m3 por segundo e vazão mínima de 190m3. Atualmente, por causa da escassez de chuvas, a concessionária está operando com 145m3 por segundo, conforme recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA) para compensar o período prolongado de seca na região.

O problema das indústrias torna-se mais preocupante, quando na reunião desta quarta-feira em Brasília, a ANA acenou com a possibilidade de propor a redução para 110m3 por segundo, o que para o secretário, torna a situação do Estado do Rio insustentável.

“Ela é extremamente limitante. A gente entende a gravidade do problema de São Paulo, todos nós somos brasileiros, mas a gente acredita que esse número dificulta sobremaneira, torna praticamente inviável a gestão de recursos hídricos do Rio de Janeiro”, reconheceu André Corrêa, acrescentando que não acredita que a ANA tome alguma decisão que não seja de comum acordo com São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O presidente da CEDAE, Jorge Briard, também não acredita numa decisão unilateral, que comprometa o Estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, essa definição passa por um grupo que envolve representantes dos 3 estados, ONS e ANA, que discute a melhor forma de se gerir a bacia do Rio Paraíba do Sul. Ele acredita, sim, que pode haver uma nova redução, mas não a esse nível. “E uma nova discussão sobre o uso da reserva técnica do Paraibuna, que é o maior reservatório, e que daria um pouco mais de conforto pra gente prolongar essa disponibilidade de água, em especial, para o principal uso, que é o uso humano” – explicou.

Sobre a hipótese de se adotar o racionamento no Rio, como já está sendo cogitado em São Paulo e Minas Gerais, André Corrêa reconhece que não está descartada nenhuma possibilidade. “Estamos trabalhando intensamente para que isso não aconteça. E temos uma preocupação de total transparência nessas informações. Não se pode criar pânico entre a população. Trata-se da maior crise hídrica dos últimos 84 anos, que precisamos da colaboração da sociedade, que pode ajudar abandonando hábitos corriqueiros do nosso dia a dia, como lavar calçada e o carro com mangueira, escovar os dentes com a torneira aberta e outras iniciativas de uso consciente da água” – recomendou o secretário.

ASCOM SEA/Inea
Foto: Lourenço Eduardo

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