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Trabalho de recuperação de rios e nascentes combate período de seca no Norte e Noroeste do Estado

 Trabalho de recuperação de rios e nascentes combate período de seca no Norte e Noroeste do Estado

Municípios da região que sofrem com a atual estiagem e contam com projetos como Limpa Rio e planejamento de revitalização da Mata Atlântica para superar impactos climáticos

Amigos, vocês devem ter percebido o tempo mais seco e com chuvas irregulares no Rio de Janeiro. Essa estiagem prolongada tem prejudicado muitos dos pequenos produtores do norte e noroeste do Estado, que sofrem para encontrar água para irrigar suas plantações e hidratar o gado. Cidades da região como Pádua, Miracema e Itaocara já decretaram situação de emergência em virtude da seca.

A capacidade hídrica de rios e canais da região também é prejudicada pelo acúmulo de lixo e matéria orgânica em seus corpos e margens, problema que aumenta a mortandade de peixes e prejudica a pesca local. Em um cenário desse, produtores rurais chegam até a cogitar a desativação de suas propriedades.

Como o complexo lagunar desta região do Estado é todo interligado, a limpeza de rios, córregos lagos e lagoas é fundamental para evitar o assoreamento dos corpos hídricos, que causam as temidas enchentes. Essa é uma medida que tem sido tomada por meio do projeto Limpa Rio, um trabalho de parceria entre municípios e a Secretaria do Ambiente com o objetivo de recuperar os corpos hídricos do Estado, espaços de grande sensibilidade hídrica.

Com a ajuda de equipamentos especializados e técnicos qualificados, os rios fluminenses ganham uma nova vida com a remoção de resíduos de suas margens e leitos. Após a retirada do lixo, da vegetação aquática, da areia e lama acumulados é feita a recuperação das matas ciliares do entorno.

Confira o vídeo em que dou uma visão geral sobre o projeto:

Na Baixada Campista, por exemplo, tem sido feita uma intervenção emergencial para amenizar os efeitos da falta de chuva e alta salinização dos canais. Em agosto foi assinado em Campos dos Goytacazes um convênio para recuperação das comportas locais, projeto que conta com um orçamento de R$ 1,7 milhão, oriundo da compensação ambiental do Porto do Açu.

Assinatura do convênio em Campos (foto: Rogério Azevedo/Prefeitura de Campos).

Campos tem a segunda maior quantidade de canais do mundo feitos pelo homem. São mais de 1.400 quilômetros de um emaranhado de canais, construídos na década de 60.

Agora com o convênio, as comportas passarão a ter controle informatizado, o que permite um planejamento correto de abertura e fechamento de acordo com o período climático, protegendo a população contra enchentes. Um legado ambiental deixado para a comunidade de Campos, sem o gasto de um centavo de verba pública. A prefeitura de Campos chegou a publicar um vídeo sobre a assinatura do convênio, que você pode conferir no Facebook.

A limpeza e desobstrução dos canais da Baixada Campista é realizada desde outubro e começou no canal do Caxexo, que tem cerca de 12 quilômetros e não recebe uma limpeza há três décadas! As máquinas seguem ainda para os canais da Onça, Vala do Mato, Pensamento, Jenipapo e São Bento, este último próximo ao Distrito de Barcelos, em São João da Barra, onde há 500 metros de assoreamento.

Como este trabalho é fruto de uma demanda da própria população, todas as intervenções têm sido acompanhadas por um grupo de trabalho que reúne oito produtores rurais e o Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana. O superintendente de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso, já comemora os primeiros resultados:

"A retirada da vegetação nos canais vai permitir que a água da Lagoa Feia, que está mais de meio metro acima de seu nível normal para esse período do ano, avance e empurre a água salgada do mar que invade toda a Baixada Campista. Depois de 30 anos aparece a água doce para nossa querida Baixada”.

 

Noroeste fluminense é pioneiro no planejamento de recuperação da Mata Atlântica

Infelizmente, os efeitos das mudanças climáticas vão ser cada vez mais intensos e frequentes, e é fundamental que os órgãos públicos comecem efetivamente a recuperar nascentes. E, como sempre faço questão de lembrar, a preservação do nosso verde é uma das principais maneiras de garantirmos a proteção dos mananciais que abastecem o Estado e garantir uma segurança hídrica de longo prazo.

Com esse propósito, entregamos em outubro os Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica a 14 municípios do Noroeste Fluminense. Estes são importantes instrumentos para o desenvolvimento sustentável local e apresentam informações relevantes como a indicação das áreas prioritárias para preservação da Mata Atlântica e o mapeamento das Áreas de Proteção Permanente. Durante a elaboração dos planos, apoiamos também a criação de 22 unidades de conservação municipais, um total de cerca de 40 mil hectares de área protegida.

O noroeste do Estado foi a primeira região a ser beneficiada e as seguintes cidades foram contempladas: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São José de Ubá e Varre-Sai.
É necessário que os governos locais deem urgência às ações de recuperação e reflorestamento das nascentes e matas, que impactam diretamente o cenário hídrico da região. Esta é uma questão que não podemos mais ignorar.

Limpa Rio já tem mais de 70 municípios atendidos

Até o momento, mais de 550 corpos hídricos foram desassoreados no Estado do Rio de Janeiro. O Limpa Rio é um projeto itinerante, coordenado pelo Inea, e realizado de acordo com a demanda de cada município.

O superintendente geral do Inea, Luiz Fernando Guida explica por que este se tornou um trabalho indispensável no Estado: “se tem um trabalho fundamental no Rio de Janeiro, é a limpeza de rios e canais. Em Campos dos Goytacazes, por exemplo, a falta de manutenção acarreta problemas sérios que vão de entupimentos a alagamentos de grandes cultivos. Acompanho há alguns anos a ‘ginástica’ para se atender às necessidades do Estado nesta área e fico muito contente com a ampliação do Projeto Limpa Rio, que passa a ter uma abrangência bem maior, beneficiando muito mais comunidades e cidades”.

Fora o perigo iminente de inundações, o acúmulo de sedimentos nas águas ameaça também a vida aquática, uma vez que reduz o oxigênio do ambiente, e contribui para a proliferação de vetores e doenças. Além disso, muitos canais no Rio de Janeiro estavam abandonados há anos e dificultavam o fluxo normal de água.
Hoje o despejo incorreto de resíduos é a causa número um de poluição e desequilíbrio ecológico nos rios, lagos e córregos. Mas, lugar de lixo não é nas encostas, margens ou leitos. Dar o destino correto ao lixo é respeitar o lugar onde você e sua família vivem. Por isso, deixo aqui um apelo: nos ajude a cuidar das águas na sua região. Todos ganham, inclusive você.

E dando continuidade ao nosso papo, estamos desenvolvendo um aplicativo em que você poderá ver de perto as últimas notícias da sua região, assim como alerta de chuvas (em breve), vídeos e muito mais. A sua contribuição é muito importante para que possamos melhorar esse app para você. Faça o download para Android em: http://bit.ly/App-Andre-Correa e em breve na App Store.

Seguimos juntos!

Grande abraço,

André Corrêa

 

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