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Artista japonesa Mariko Mori cria obra para cascata no Rio

Artista japonesa Mariko Mori cria obra para cascata no Rio

Cachoeira em Mangaratiba, no Rio, recebe ‘Ring'

“Eu realmente o fiz”, diz a japonesa Mariko Mori. Em 2011, quando realizou Oneness, sua primeira exposição individual no Brasil, a artista mencionou que o destino a ajudaria encontrar uma cachoeira, entre montanhas, onde ela instalaria uma escultura monumental e permanente no País. Cinco anos depois, Mariko Mori inaugura, de fato, Ring: One With Nature, um anel luminoso de três metros de diâmetro e duas toneladas construído para ficar instalado a 58 metros de altura na cascata Véu da Noiva, localizada no município de Mangaratiba, no Estado do Rio.

“Ring simboliza unidade, completude, eternidade”, afirma a artista japonesa, celebrada internacionalmente desde a década de 1990, quando abandonou a vida de modelo para se dedicar à arte. Seu mais novo trabalho, doado para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fluminense, integra, na verdade, um projeto amplo, Faou, que prevê a criação de instalações específicas em conexão com a natureza, concebidas por Mariko Mori, para seis localidades do mundo. A primeira, Primal Rhythm, formada pelas grandes esculturas Sun Pillar (Pilar do Sol) e Moon Stone (Pedra da Lua), foi inaugurada em 2011 na Ilha Miyako, em Okinawa, no Japão. A obra do Brasil, que vai ser aberta nesta terça-feira, 2, com evento para convidados e poderá ser apreciada pelo público a partir de quarta-feira, representa o “presente” da criadora para a América do Sul – e as próximas serão executadas, ela diz, sem detalhar, na Europa, Oceania (Austrália), África do Sul e América do Norte.

“Nossa missão é dar continuidade à tradição de nossos remotos ancestrais de honrar a natureza”, explica Mariko Mori ao Estado. “Esse projeto simboliza nosso respeito e gratidão pela natureza”, continua a artista, que instituiu, em 2010, a Fundação Faou – palavra criada por ela para significar “luz eterna”, com o intuito de executar as seis obras públicas e permanentes em diferentes continentes do planeta.

Olimpíada. Em 2009, antes da mostra Oneness, cujo título se referia ao conceito budista da plena unidade, Mariko Mori, como conta, sonhou com um gigantesco anel dourado sobre “uma espécie de cachoeira tropical”. “Quando fui convidada para fazer a exposição no Brasil, achei surpreendente”, recorda. A individual foi apresentada nas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, Rio e São Paulo e já naquele ano, em 2011, a artista começou a pesquisar localidades brasileiras para abrigar sua obra.

“Coincidentemente, descobri também que os próximos Jogos Olímpicos seriam no Rio de Janeiro e, como o icônico símbolo da Olimpíada tem cinco anéis que representam os continentes das nações, quis dedicar um novo anel para simbolizar a conexão entre o homem e a natureza”, completa. Dessa maneira, a inauguração de Ring, que contará com apresentação da cantora baiana Virginia Rodrigues, foi incluída na programação cultural dos Jogos Rio 2016.

A cascata de Mangaratiba, depois de tentativas em outros lugares, como Petrópolis, foi encontrada no Google em março por Mariko Mori, que vive em Nova York. Descoberto o lugar ideal para a peça, Ring foi confeccionado em acrílico.

O grande anel, descreve a artista, fica azul quando a luz incide sobre sua parte frontal e amarelo em sua parte traseira. “Os engenheiros trabalharam para criar esse efeito”, comenta. Os atrativos da grande escultura não terminam por aqui – no solstício de inverno, destaca a japonesa, o sol se alinha perfeitamente com o anel. “A arte pública para mim é uma oportunidade de compartilhar o trabalho com as pessoas”, define.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo - 01.08.2016 - Caderno 2, página 5.

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