Em 2016, quando estive Secretário de Ambiente, implantamos 17 ecobarreiras nos 17 rios que desaguam na Baía de Guanabara.
O resultado foi impressionante e fiquei ao mesmo tempo muito feliz e muito triste. Já explico: como as ecobarreiras são muito eficientes em coletar lixo flutuante podemos deduzir que a maior parte do lixo coletado é leve. Sacos plástico, garrafas pet, ponta de cigarro... Coisas assim.
E mesmo sendo detritos leves, retiramos nos primeiros seis meses 2.147 toneladas de lixo desses rios. Se eu estivesse falando isso, e não escrevendo, eu repetiria o número porque ele é inacreditável. Todo esse lixo flutuante teria seguido seu caminho para a nossa Baía de Guanabara. Se a média foi mantida, seriam mais de 15 mil toneladas de lixo até hoje.
E mesmo com as ecobarreiras, os ecobarcos que colocamos em operação antes dos Jogos Olímpicos recolhiam 40 toneladas de lixo flutuante por mês.
Então, ao mesmo tempo que a realização desse projeto mostrou-se muito eficiente e pude ajudar a reduzir de forma intensa o lixo flutuante na Baia de Guanabara, a consciência que, em pleno 2022, ainda precisamos desse recurso porque as pessoas simplesmente não jogam o lixo no lixo me dá muita tristeza.
Tem gente até que acha que não participa dessa situação porque não joga nada no rio. Mas joga na rua. E quando a chuva vem, ela lava a cidade e joga esse lixo no rio.
E agora, conhecendo a ecobarreira, essa pessoa que joga o lixo na rua ou no rio pode até pensar que não tem problema porque a ecobarreira vai segurar o lixo e ele não vai acabar na Baía. Para essa pessoa eu informo: são recursos do estado, do seu imposto, dinheiro seu que opera as ecobarreiras.
E esse dinheiro estaria sendo muito mais bem investido na execução do PSAM, o Programa de Saneamento Ambiental que executamos na mesma época das ecobarreiras e que só quando ele for completamente implantado em todos os municípios que beiram a Baía de Guanabara poderemos começar a ter a verdadeira despoluição das águas da baía.
É uma luta diária. E você pode ajudar. Basta convencer pelo menos uma pessoa a não jogar lixo fora do lixo. A cidade, os rios e a nossa linda Baía agradecem.
Um abraço,
André Corrêa