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Campanha da Fraternidade se inicia com alerta para questão do saneamento básico e preservação da qualidade de vida

Campanha da Fraternidade se inicia com alerta para questão do saneamento básico e preservação da qualidade de vida

Aproveitando o período da Quaresma, iniciativa propõe reflexão à comunidade sobre o respeito ao próximo e ao planeta

Entramos na Quaresma, isto é, os 40 dias que antecedem à Páscoa e representam o período vivido por Jesus no deserto até a sua crucificação. Trata-se de um momento para refletirmos sobre os nossos atos e praticarmos a misericórdia conosco, com o nosso próximo e com o ambiente em que vivemos.

No dia 10 de fevereiro se iniciou, oficialmente, a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). Esse ano, a campanha conta com a participação da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha no apoio ao desenvolvimento social na Ásia, África e América Latina.

Sob o temaCasa comum, nossa responsabilidade”, a campanha tem como principal objetivo alertar para a questão do saneamento básico. Essa é a maior dívida ambiental do Brasil e afeta, principalmente, as regiões Norte e Nordeste do país. Ainda temos mais de 100 milhões de brasileiros sem saneamento básico e esse cenário precisa mudar.

O Papa Francisco chama a nossa atenção para o fato de que o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é direito de todos os seres humanos e fundamental para acabar com a pobreza e a fome, reduzir os altos índices de mortalidade infantil, erradicar doenças relacionadas à má qualidade da água e condições precárias de higiene, além de promover a sustentabilidade.

A campanha aproveita para conscientizar também sobre a erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika vírus, o que, como propõe o tema da campanha, é responsabilidade de todos.

O Superintendente da Baía de Guanabara do Inea, Paulo Cunha, comentou que tem a expectativa de que a Campanha da Fraternidade consiga chamar ainda mais atenção para a importância do investimento público em saneamento. “Estamos vivendo no Brasil um momento sério de proliferação da Dengue e Zika, que faz parte de todo esse cenário precário em relação ao saneamento no país. É preciso ter políticas públicas, em escala federal, para tratar essa questão. Poderia existir um percentual mínimo obrigatório de investimento em saneamento, assim como acontece com a educação, entre outras esferas”.

Paulo Cunha, que está participando de palestras em igrejas para falar sobre a Campanha e o trabalho realizado no Rio de Janeiro em relação ao saneamento, alertou também para o fato de que a conscientização da população quanto ao tema é indispensável: “Sozinho o poder público não irá resolver o problema. Em Niterói, por exemplo, temos o Projeto Se Liga e é importante que a população conecte suas residências à rede oficial de esgoto. E quando vamos à praia, alguém se lembra de incluir um saco de lixo no kit, junto com a cadeira, o isopor e o protetor solar? É fundamental que cada um seja responsável pelo lixo que produz”.

Campanha reforça necessidade de preservação dos recursos hídricos

O lema da campanha – Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não secaé bastante oportuno, uma vez que também nos lembra da intensa crise hídrica que estamos vivendo e dos esforços necessários para mudarmos esse quadro, no amor ou na dor.

Algumas providências adotadas já permitiram, por exemplo, a economia de 1,8 trilhão de litros de água para garantir o abastecimento da população fluminense. Também foi imposto pela Agência Nacional de Águas (ANA), um novo modelo de operação das indústrias que funcionam no Complexo Industrial de Santa Cruz, com o objetivo de reduzir a crise hídrica e os danos ao meio ambiente.

Trata-se de um momento em que é necessária uma série de medidas públicas em curto e longo prazo, e também que haja uma mudança de hábitos da população. Com o Programa Pacto Pelas Águas, trabalhamos para proteger os mananciais estratégicos do Estado do Rio de Janeiro para que o abastecimento proporcione mais segurança à população. Em dezembro de 2015, firmamos o acordo para a gestão compartilhada da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Este acordo foi homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Luiz Fux. Pela primeira vez, a administração de um rio federal será compartilhada pelos governos de três estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e pela União, uma soma de esforços para vencermos a crise da água.Esses são apenas os primeiros passos que precisam ser dados pela Segurança Hídrica.

Rio de Janeiro avança em saneamento básico

Em conformidade com a temática da Campanha da Fraternidade, aproveito para contar que esse mês entregamos mais 34 Planos Municipais de Saneamento Básico no Estado do Rio. Agora, chegamos a 60 planos entregues, 27 em andamento e 5 em produção. Esses estudos possibilitam a conquista de financiamento e ajudam a orientar cada município a direcionar, da melhor forma, os investimentos conquistados.

Em consonância com estas frentes de trabalho, continuam sendo executadas as obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM), que atuam nos sistemas de coleta e tratamento de esgoto. Acompanhe a evolução:

O Tronco Coletor de Esgoto – Cidade Nova, por exemplo, está na fase de obras subterrâneas. O coletor de 4,5 quilômetros captará o esgoto sanitário de parte de seis bairros (Centro, Catumbi, Rio Comprido, Cidade Nova, Estácio e Santa Teresa), que será conduzido à Estação de Tratamento de Esgotos da Alegria, no Caju, para retirada do excesso de poluentes. No total, cerca de 163,5 mil habitantes serão beneficiados pela obra.

Está em andamento também a construção do sistema de coleta e tratamento de esgoto da Bacia do Rio Alcântara, em São Gonçalo. O coletor receberá até 1.200 litros de esgoto por segundo e terá 97 quilômetros de extensão. Somente depois de tratado, o esgoto será levado à Baía de Guanabara. Você pode tirar dúvidas sobre as obras com a equipe de comunicação do PSAM, através do e-mail falecom@psam.rj.gov.br.

Em 2015, inauguramos novas estações de tratamento de esgoto ETEs no interior do Estado, mais especificamente em Volta Redonda e Barra Mansa.

Estamos trabalhando para que o Rio de Janeiro seja o primeiro Estado do Brasil a ter todos os seus municípios alinhados no que diz respeito ao saneamento básico.

O superintendente Paulo Cunha reforça essa importância: “Mesmo que o Brasil esteja passando por uma crise, existe recurso para investir em saneamento, mas faltam projetos. Por isso, é tão importante a entrega dos Planos Municipais de Saneamento Básico que está sendo feita às Prefeituras do Rio de Janeiro para que as iniciativas sejam colocadas em prática.”

A Campanha da Fraternidade 2016 segue durante todo o ano, com diversas atividades. Confira neste vídeo:

Essa é a hora de pensarmos na contribuição que queremos deixar no mundo e na comunidade em que vivemos, por exemplo:

  • Você se preocupa em descartar corretamente o lixo que produz? Separando o lixo orgânico do reciclável ou evitando jogar lixo nas ruas?
  • Atenta-se a não deixar a água caindo sem necessidade no chuveiro ou na pia?
  • Costuma apagar as luzes quando sai de algum cômodo?
  • O que você faz com o óleo de cozinha que não pode ser reutilizado, com as garrafas PET e latinhas de alumínio que consome?
  • Costuma doar o que não usa mais a quem precisa?
  • Acha que desperdiça alimento?
  • Já se interessou em saber se o esgoto coletado da sua casa é tratado? E de que forma?
  • Denuncia ao ver desperdício de água na sua rua?
  • Leva um saco plástico para recolher o seu lixo na praia?
  • Se você acha que tem algum hábito que poderia mudar, que tal aproveitar esse momento para enfim colocar essa atitude em prática?  Mudar o cenário só depende da união de todos. Que o trabalho continue!

Grande abraço,

André Corrêa

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