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Cientista que completa de 91 anos na Semana do Meio Ambiente cultiva, desde 2002, jequitibá-rosa em praça da Gávea, na Zona Sul carioca

Respeitado mundialmente, Adelmar Coimbra Filho é um dos expoentes brasileiros da conservação da fauna e flora do país

Para quem frequenta a Praça Santos Dumont, no bairro da Gávea, em meio a correria do dia a dia, não é difícil passar despercebida uma cena que se repete religiosamente há, pelo menos, 13 anos: de cabeça branquinha e sempre vestido de maneira elegante, o cientista renomado, aos 92 anos, reclina o corpo com certa dificuldade para adubar uma árvore especial daquele recanto verde, ao lado do Jardim Botânico, na Zona Sul carioca.

A cena lúdica faz parte da história de vida de um pesquisador, símbolo da luta pela preservação ambiental no Brasil e no mundo.

Em 2002, Adelmar Coimbra Filho plantou uma muda de jequitibá-rosa (cariniana legalis) na praça e, desde então, acompanha o crescimento dela. Hoje, aos 91 anos, ele percorre os 500 metros que separam sua casa da praça, quinzenalmente, e leva com ele o adubo à base de fósforo, nitrogênio e potássio, nutrientes, que, afirma, são uma verdadeira fonte de energia para o cultivo daquele Jequetibá.

A relação do jequitibá-rosa com Adelmar Coimbra Filho já justifica uma justa homenagem ao homem que nasceu no dia 4 de junho, véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente. Mas, o envolvimento desse cientista brasileiro reconhecido internacionalmente vai muito além desse hábito cultivado há 13 anos e ganha mais representatividade, se considerarmos os bons serviços prestados à conservação de espécies da fauna e da flora.

Para se ter uma ideia, ele dá nome a um cacto, um percevejo, uma bromélia e um primata, da espécie de sagui (o guigó – callicebus coimbrai). Foi na atividade conservacionista que o pesquisador conseguiu salvar três espécies de mico-leão da extinção.

Pioneiro da primatologia no Brasil Adelmar Coimbra Filho é porta-voz para a conservação brasileira por quase meio século em todo o mundo. O currículo é invejável: fundador das sociedades brasileiras de Botânica, de Zoologia e de Primatologia, membro de diversas sociedades científicas e conservacionistas brasileiras e internacionais e autor de quase 200 trabalhos científicos no Brasil e no exterior sobre assuntos diversos, como biologia de vertebrados, restauração de ecossistemas naturais, botânica florestal e conservação da natureza. 

Se, hoje, o mico-leão-dourado estampa a nossa cédula de R$ 20 e tem notoriedade internacional, isto se deve ao pesquisador, que concebeu, fundou e dirigiu por uma década e meia a primeira instituição mundial exclusivamente dedicada à preservação de primatas, o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Criada em 1975, a unidade ocupa uma área de 4.920 hectares da Estação Ecológica do Paraíso, entre os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu. O centro – que é referência mundial em pesquisas com primatas – abriga, atualmente, mais de 200 macacos de 30 diferentes espécies originárias de diversos estados brasileiros, entre elas o muriqui, considerado o maior macaco das Américas, o mico-leão-dourado, o mico-leão-preto, o macaco-prego e o macaco-aranha.

É no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro que, em parceria com universidades e institutos científicos nacionais e internacionais, são desenvolvidos estudos sobre preservação dos símios, anatomia, doenças, manejo nutricional e comportamental das espécies, além de sua reprodução em cativeiro e pesquisas para reintrodução dos animais em seu habitat.

Conhecer o CPRJ é, também, conhecer a história da primatologia no Brasil, a diversidade da fauna de primatas e perceber a importância do trabalho pioneiro daquele homem que iniciou suas expedições ambientais na década de 40.

Hoje, na Praça Santos Dumont, ao cultivar aquele jequitibá-rosa plantado há 13 anos, Adelmar Coimbra Filho permanece cultivando o pioneirismo de 5 décadas atrás e semeia um exemplo para gerações futuras.

Fonte: Ascom SEA/Inea

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