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Rio é o Estado com a Mata Atlântica mais preservada

Rio é o Estado com a Mata Atlântica mais preservada

Apesar de todos os pesares, o Rio de Janeiro é mais verde do que se imaginava. Um novo mapeamento da ONG SOS Mata Atlântica mostrou, com precisão inédita, a situação do bioma no estado. Com a lupa calibrada, os ambientalistas concluíram que ele conta com 30,7% — ou 1,3 milhão de hectares — de remanescentes florestais, um índice 50% maior do que o constatado em levantamentos anteriores.

Até agora, o monitoramento do bioma só detectava áreas preservadas maiores que três hectares. Com as imagens geradas por um sensor a bordo do satélite Landsat 8, o fragmento mínimo possível de identificação foi reduzido para apenas um hectare.

Esta é a primeira vez que o método é realizado. Os cientistas esperam, em breve, levá-lo para os outros 16 estados com a presença do bioma.

— O novo retrato da vegetação do Rio foi uma surpresa positiva. — revela Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. — É um reflexo de uma série de políticas públicas que praticamente dobrou o número de unidades de conservação nos últimos anos.

Cerca de 40% do território fluminense está dentro de unidades de conservação. Segundo Márcia, o novo levantamento permitirá que o estado estabeleça uma agenda de prioridades para a área ambiental — por exemplo, onde a ação mais urgente é a revitalização de mananciais de rios, as regiões em que a situação das matas ciliares é problemática, os locais em que a preservação da biodiversidade está comprometida.

— Não falamos apenas na proteção do meio ambiente. O mapeamento contribui para o desenvolvimento econômico e a segurança da população — assegura Márcia. — A montagem de parques atrai turistas, incentiva o setor hoteleiro e atrai outros serviços. E seu uso nos planos diretores permite que os municípios coordenem o manejo de comunidades, protegendo-as de desastres naturais.

ESTADO É ‘LABORATÓRIO’

Pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Flávio Ponzoni destaca que a precisão do sensor permitirá o acompanhamento dos diversos estágios de regeneração da floresta:

— O Rio é um bom laboratório para este experimento pioneiro, porque, apesar de ser um estado pequeno, reúne diversos ecossistemas, e cada um tem seu próprio padrão de conservação e desmatamento de áreas verdes — revela. — Vimos o efeito da ocupação urbana em áreas de baixada, a topografia da Região Serrana, como pode ocorrer a revitalização de áreas litorâneas.

Um dos principais destaques do mapeamento é o Parque Nacional da Tijuca, que ainda contém 96,8% de remanescentes florestais. Entre as unidades administradas por municípios, o Parque Natural Montanhas de Teresópolis é o que conta com maior proporção de remanescentes da Mata Atlântica — eles correspondem a 85,2% da área total.

Há, no entanto, pontos problemáticos. Os impasses fundiários ameaçam a integridade do Parque Nacional de Itatiaia, e a exploração da cana devastou uma área expressiva do Norte do estado.

O mapa permite também a localização detalhada das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que concentram uma porção significativa dos fragmentos do bioma. Os pesquisadores querem avaliar a possibilidade de ligação entre esses pontos — com os corredores verdes —, que permitiriam, entre outras vantagens, um deslocamento seguro de animais.

Fonte: O Globo

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