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Rio de Janeiro trabalha para ser o primeiro Estado a zerar perda líquida de desmatamento ilegal

Rio de Janeiro trabalha para ser o primeiro Estado a zerar perda líquida de desmatamento ilegal

Cerca de 30% do nosso território ainda é formado por cobertura vegetal, o que favorece a biodiversidade e o equilíbrio climático

Amigos, o Rio de Janeiro tem uma das maiores taxas de urbanização do país. E para atender essa grande demanda populacional, uma vasta extensão de cobertura florestal do nosso Estado é destruída ao longo dos anos. Isso ameaça a nossa biodiversidade, além de aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera, o que afeta a nossa qualidade de vida.

A boa notícia é que as ações de preservação e recuperação ambiental realizadas até agora nos deixam no caminho para ser ser o primeiro Estado a zerar a perda líquida de desmatamento ilegal. Em julho, o IBGE divulgou os dados do Mapa de Cobertura e Uso da Terra do Estado do Rio de Janeiro, que mostrou que um terço do nosso território ainda é de cobertura verde.
Grande parte da área preservada abrange, principalmente, regiões de Mata Atlântica. Isso deixa o Rio de Janeiro entre os melhores índices de preservação desse bioma no país e próximo de alcançar a meta de desmatamento ilegal zero e aumento da cobertura vegetal.

As áreas preservadas se concentram, principalmente, na Costa Verde do Estado – onde estão os municípios de Angra dos Reis e Paraty – e em parte da Região Serrana, nas cidades de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Na cidade do Rio, as áreas verdes em destaque compreendem a Floresta da Tijuca e o Maciço da Pedra Branca, onde se localiza o Parque Estadual do mesmo nome, na Zona Oeste carioca.

Entre as iniciativas que ajudam nosso Estado a reduzir essa perda líquida de desmatamento, destaco a criação e ampliação das unidades de conservação ambiental. Além de preservar espécies vegetais endêmicas do Rio de Janeiro, essas áreas de proteção também resguardam a maioria dos animais ameaçados de extinção no território fluminense.

Esse trabalho envolve a revitalização de diversos parques, que agora têm as suas áreas de preservação ampliadas e também ganham uma nova infraestrutura para receber visitantes e promover atividades. Além disso, no início do ano o Rio de Janeiro ganhou a sua primeira floresta estadual, a Floresta José Zago, na Região Serrana. Trata-se da primeira unidade de conservação do tipo no Estado.

Criamos também mais uma unidade de Refúgio da Vida Silvestre nas margens do Rio Paraíba do Sul, que contribui para proteger espécies raras que vivem na Mata Atlântica. Como é o caso do cágado-da-paraíba, que está entre as mais de 250 espécies ameaçadas de extinção no Rio de Janeiro.

Ele também está entre as 10 espécies com maior risco de desaparecimento e por isso é contemplado pela campanha Abrace Essas Dez, promovida pela Secretaria do Ambiente. A iniciativa, realizada em parceria com o Instituto Biomas e o Serviço de Educação Ambiental do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, tem o objetivo de chamar a população para literalmente abraçar a causa. São realizadas diversas ações de educação ambiental e também medidas mais emergenciais para proteger as espécies.

Outra iniciativa feita em parceria com o Jardim Botânico é o Inventário das Espécies Florestais do Estado do Rio de Janeiro, que nos permite acompanhar como está a conservação da flora fluminense. O trabalho reúne informações sobre 904 espécies que existem apenas no nosso Estado.

É um projeto pioneiro que nos permitiu identificar até mesmo exemplares que eram considerados extintos há quase 200 anos! A espécie Terminalia acuminata, conhecida como Jundiaí ou Guarajuba, já tinha sido considerada extinta pela União Internacional para Conservação da Natureza. No Parque Estadual dos Três Picos, por exemplo, foram identificadas também espécies que não eram vistas há quase 150 anos.

Como podemos ver, desmatamento e biodiversidade não combinam. Precisamos preservar nossas áreas verdes, pois muitas vidas dependem delas para sobreviver.

Combate ao desmatamento no Rio de Janeiro: estamos de olho!

A expansão vivida pela atividade agropecuária nos últimos anos é uma das principais causas do desmatamento no Rio de Janeiro e em todo o mundo. Sem contar que a queima das florestas para a realização dessa prática gera um desequilíbrio climático, por emitir gases de efeito estufa durante a combustão.

Pelas imagens de satélite captadas pelo projeto De Olho No Verde temos identificado desmatamentos de até 300 metros quadrados no Rio de Janeiro. Foi dessa forma que o Inea conseguiu flagrar o desmatamento ilegal de 60 mil metros quadrados em Guapimirim, que eram utilizados para agropecuária.

Esse assunto teve destaque na coluna do Ancelmo Góes no início do ano e é um verdadeiro crime ambiental. Vejam abaixo a comparação de como a área era antes e como ficou no período de apenas um mês:

Além disso, também foi observado pelo IBGE que em quase metade do nosso território existem pastagens, o que significa que grande parte dessa região teve sua vegetação queimada ou árvores cortadas para que se pudesse abrir esses espaços.

Nosso objetivo é cada vez mais reprimir esse tipo de infração ambiental, que coloca em risco até mesmo áreas de proteção. No ano passado, assinei o Termo de Cooperação Técnica para implantar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) no nosso Estado e agilizar o cadastro de propriedades rurais para que possamos realizar a regularização ambiental dessas áreas.

O CAR é um instrumento muito importante no combate ao desmatamento. Por meio dele, todos os imóveis rurais do país devem ser obrigatoriamente cadastrados, para gerar uma base de dados com informações georreferenciadas de cada propriedade. Isto é, são delimitadas as Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL), remanescentes de vegetação nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública.

A implantação do CAR vem com uma série de benefícios, entre eles:

  • Mais visibilidade e planejamento da utilização das propriedades rurais;
  • Melhor conservação dos recursos naturais;
  • Fortalecimento da gestão ambiental e planejamento municipal;
  • Garantia de segurança jurídica aos produtores;
  • Recuperação de áreas degradadas, uma vez que o CAR incentiva ações de reflorestamento e formação de corredores ecológicos.

No site do Sistema de Cadastro Rural há mais informações com o passo a passo para se cadastrar online.

Embora estejamos perto de zerar a perda líquida de desmatamento, apenas quando nos conscientizarmos de que é necessário acabar com práticas ambientais ilegais poderemos assegurar que os nossos recursos naturais e nossa biodiversidade estão protegidos.

Conto com a sua participação pelas redes sociais e também pelo Fale Comigo. Juntos conseguiremos ajudar o Rio de Janeiro a atingir esta importante meta.

Grande abraço,

André Corrêa

 

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